Foi a 4ª virada de ano no Aeroporto Internacional de Rio Branco. Nunca gostei do barulho dos fogos e ano após ano fui dando um jeito de fugir dessa festa. Já tentei ficar em casa, usar fones de ouvido, colocar o som no máximo..., mas era tudo em vão, pois a aflição era muito grande e eram 20 minutos que mais pareciam 5 horas.
Até que resolvi passar o Reveillon na estrada em plena BR 364 em direção a Porto Velho/RO. Foram umas três vezes de muita paz. Em uma das vezes, soltaram bombinhas na balsa, mesmo assim a perturbação foi muito menor do que quando passava em casa. Mal chegava em Rondônia já pegava o ônibus de volta. A passagem era mais barata e era uma despesa que compensava, pois o ano começava com tranquilidade em vez de perturbação. Na última vez que comprei passagem na véspera de ano novo senti algo estranho, como se meu espírito sinalizasse a desistência dessa experiência. Então, resolvi pedir o dinheiro de volta, a empresa devolveu e pela primeira vez vi a chegada do ano novo no Aeroporto da capital acreana. Foi muito melhor do que passar na estrada. Fiquei no estacionamento aguardando a chegada e a partida do voo que seria às duas da manhã. Vi a queima de fogos da sala de espera. Voltei pro carro e fui pra casa após a decolagem.
Então, passei o dia tranquilo em casa. Resolvi que a partir daquele dia todas as viradas seriam no Aeroporto e então chegamos na 4ª vez e agora aconteceu algo inesperado: um temporal com ventos, raios, trovões e muita chuva. Pra completar, um morador próximo resolveu soltar fogos coloridos dos que fazem barulho. Ainda bem que dentro do carro não dava para ouvir direito. Saí de lá 1:30 da madrugada, dei mais uma volta na Via Verde até perto da Rodoviária e voltei pra casa. Felizmente os vizinhos já tinham parado de soltar fogos e deu pra dormir em paz. No entanto, o clima estava diferente e fiquei pensando em investir em um quarto à prova de som para não ter que fugir na passagem de ano.