sábado, 27 de abril de 2024

Duna Parte 1: conhecimento conectado - Kwisatz Haderach

Paul Atreides adquire a capacidade de conhecer o passado e o futuro após tomar um líquido derivado dos monstros que vivem no deserto. Assim, ele se torna capaz de tomar decisões mais acertadas e guiar o povo do deserto escolhendo o melhor caminho.


Depreende-se que o conhecimento sempre tem uma origem.

quinta-feira, 5 de outubro de 2023

A Freira 2: a paixão de uma menina

Considero como um filme de terror leve sem muitos sustos e sem figuras bizarras. Porém, algo me pegou de surpresa: a relação entre um homem adulto e uma menina de mais ou menos 12 anos.


Parecia uma coisa inocente, mas a admiração da menina era algo desproporcional, pois ela observava o homem em diferentes ações durante o dia, sendo que no final, ela até se desesperou diante da possibilidade da morte dele.


Talvez ela tenha visto nele a figura do pai que não era presente na vida dela, talvez fosse apenas carência de atenção, já que suas colegas de classe a maltratavam e ele era o único que tinha mais consideração com ela.

terça-feira, 26 de setembro de 2023

O desinteresse dos alunos continuou mesmo mudando de cidade

Demorei para entender isso e continuei sofrendo horrores por não compreender que são poucos que têm um objetivo de vida que dependa de sua atuação no ambiente escolar.


Aconteceram diversos problemas que me fizeram pedir transferência para outra cidade, pois eu pensava que encontraria escolas e alunos melhores. Ledo engano.


Fui parar em uma escola de ensino fundamental, já que o ensino médio era disputado a tapa por todos os professores. Foi aí que confirmei o que já pensava mesmo sem nunca ter pisado numa escola dessas como professor: 'estudantes dessa faixa etária são mais difíceis de lidar.'


Nossa! Era muito barulho na sala de aula. Eles simplesmente não paravam de conversar e eu já não sabia mais o que fazer para ganhar a atenção deles. Tive que criar gincanas com brincadeiras diversas dentro do conteúdo porque foi o único jeito que consegui mantê-los centrados nas aulas.


Mesmo assim, foi muito difícil. Sofri bullying demais e ganhei um apelido que não me desceu bem e eu não tinha como fazê-los parar de me desrespeitar. Tudo isso ajudava a aumentar a minha aversão pelo ambiente.


No plano de curso havia um estudo sobre a feijoada e eu pedi autorização da coordenação para fazer uma feijoada de verdade e eles toparam. Haja criatividade para tantos dias de aula de Língua Portuguesa. Toda a comunidade interna da escola saboreou a iguaria.


Foi nessa época que criei alguns blogs para que os alunos usassem no laboratório de informática da escola. Eles até que interagiam, mas eles não consideravam algo prazeroso, sempre parecia que eles ficavam ansiosos para terminar a tarefa e se livrar daquilo e fazer algo realmente importante para eles mesmos.

terça-feira, 25 de julho de 2023

domingo, 6 de novembro de 2022

O inferno da sala de aula

Resolvi refletir sobre o quanto a experiência da sala de aula foi péssima. Falta de aviso não foi, pois todo mundo me questionava se essa era a escolha certa. Afinal, eu estava nos Correios há 10 anos e eles sabiam que o meu perfil não era adequado para lidar com quem não quer estudar. Vários me disseram 'rapaz, tu tem certeza? Hoje aluno não quer mais nada.' Mas eu dizia que também não queria nada. Falava isso sem entender a dimensão do que me aguardava e jamais pensei que tudo pudesse ser mil vezes pior do que eu imaginava.


Para ser contratado pelo estado eu teria que pedir demissão dos Correios e foi o que fiz. Ainda fui a Porto Velho assinar a recisão. Senti uma angústia tremenda durante o dia todo. Então me questionei se realmente era a escolha certa. Mas eu tinha feito Letras-Português, passado em um concurso público para professor efetivo e deveria aproveitar a oportunidade. Hoje entendo que aquela sensação não era gratuita. Era algo no meu íntimo dizendo que eu enfrentaria coisas terríveis.


Recebi o termo de posse e escolhi ser lotado em uma escola de ensino médio porque acreditava que fosse mais fácil lidar com adolescentes do que com crianças. No início foi até mais fácil do que eu imaginava. Não havia planejamento e as reuniões pedagógicas eram mínimas. Porém, tinha algo terrível que só hoje consigo perceber, pois as coordenadoras e a diretora não davam feedback do meu trabalho e para mim tudo estava indo bem. Cheguei até a pensar que não era tão ruim quanto haviam me dito. 


Eu dava aula pela manhã e tinha a tarde livre e estava ganhando um pouco mais do que no Correio. Então, pensava que minha vida tivesse melhorado.


Chegou o fim do ano e eu pensava que continuaria na escola. Recebi uma ligação e era a diretora me dizendo pra ir buscar a minha devolução. Essa palavra era nova para mim e eu não entendia o que estava acontecendo. Chegando lá, ela disse que não havia turmas suficientes e que não poderia me manter na escola. Eu acreditei e fui para a secretaria de educação um pouco triste, pois eu gostava de lá. Havia sido um ano bom, já que não tinha sido ofendido nem por alunos, nem pela coordenação e nem pela direção. Como eu não tinha recebido feedback negativo, achava que meu trabalho tinha sido bom.


Escolhi outra escola também de ensino médio. Nela tinha planejamento quinzenal, reuniões pedagógicas ocasionais e até comemorações fora da escola. Tive sorte (ou azar, não sei) de pegar turmas boas. Eu dava aula sem precisar aumentar o tom de voz. Os alunos em todas as turmas ficavam em silêncio sem que eu precisasse dar nenhum tipo de ordem.  Nas aulas de Arte, fiz até pequenos filmes com a câmera da escola. Os alunos concordavam com tudo e contribuiam para que os projetos dessem certo. Todas essas coisas eram tão boas que novamente cheguei a pensar que todo mundo que havia me aconselhado a continuar no Correio estava completamente errado. Eu estava tendo só paz e até durante o fim de semana eu sentia vontade de que a segunda-feira chegasse logo para encontrar os alunos. Nossa! Foram dois anos maravilhosos.


Mas, no terceiro ano, eu peguei turmas complicadas e aí a ficha começou a cair. Certo dia, um aluno ficou gritando no pátio, imitando lobo no cio, mas eu não dei atenção porque ele estava fora da sala de aula e eu acreditava que discipliná-lo deveria ser papel da direção. Porém, a coordenadora não pensava assim e em vez de corrigi-lo, me disse para dar um jeito nele. Essa foi a minha primeira grande raiva. Uma sensação estranha tomou conta do meu corpo, um sentimento de revolta por ser culpado de algo que não tinha feito. Com muito custo, consegui fazê-lo parar de gritar e entrar na sala de aula. Dei prosseguimento ao trabalho achando que tudo que tinha acontecido tinha ficado lá.  Mas, ao chegar em casa,  comecei a sentir algo ruim que não entendia o que era e que não passava. No dia seguinte, uma série de coisas ruins começou a acontecer e eu passei a ver o que não via ou não levava a sério antes. 


Pela primeira vez a coordenadora me pediu para controlar a turma e eu, que até então havia evitado confrontar os alunos, comecei a fazer com medo de perder o emprego. Agora que percebo que foi o início do fim e que nada seria como antes. Geralmente eu deixava os alunos irem ao banheiro e não me estressava, mas depois que a coordenadora me deu aquele carão eu comecei a regular os alunos e isso era péssimo tanto para mim quanto para eles, pois eles não entendiam que eu tinha mudado por pressão da coordenação. Então, eu percebi que ali não era lugar para mim, pois eu não poderia viver por muito tempo dividido entre a preocupação com o conteúdo das aulas e a saidinha dos alunos para o banheiro.  Nessa hora eu percebi que dar aula é muito bom, como qualquer outra profissão que te deixem desenvolver, mas controlar a turma era péssimo. Só que não dá para separar uma coisa da outra e os melhores professores de escola pública não são os que sabem mais e sim os que melhor controlam as turmas. Pra completar, fui contratado em uma época em que o professor era simplesmente tratado como um cachorro, pois o aluno sempre tinha razão e era tratado como um rei. Definitivamente eu estava começando a me convencer a abandonar aquilo. Mas ainda não era o fim. Eu precisava ter absoluta certeza da negatividade daquele lugar, precisava ter certeza para poder tomar uma decisão definitiva.


Hoje eu vejo que nunca teve, não tem e jamais terá alguma possibilidade de adaptação àquele ambiente, pois eu defendo a liberdade do ser humano e aquele encaixotamento era contra esse princípio. Ficar regulando banheiro e forçando a ficarem sentados quando não queriam era desgastante, mas era só o começo do fim. 

segunda-feira, 4 de abril de 2022

Moeda livre

A cada dia que passa percebo que a solução para esse mundo é a moeda livre. Nenhum programa governamental ou iniciativa privada é capaz de distribuir riqueza de forma tão eficiente quanto uma moeda que não tenha dono específico e que seja de comum acordo entre as pessoas. Ou seja, a única regra para a circulação seria a aceitação das pessoas.


Porém, pouquíssimas pessoas colocam isso em debate. A mídia esconde a sete chaves, já que ela só repete o que o governo quer. Ora, já pensou, você poder minerar o seu dinheiro mediante algumas regras que não passassem pelo estado e você negociasse a moeda como bem entendesse e bastasse que os comércios aceitassem? Já pensou ter  a liberdade de fazer o que quisesse, no dia que bem quisesse e ainda escolhendo o horário do expediente?


Infelizmente, isso só seria possível se a moeda fosse livre, pois ela é o mais poderoso sistema de controle criado pelos governos. Sem ele, para que se submeter a jornadas de trabalho exaustivas? Para que se casar com quem não se gosta?

Temos que pensar sobre isso. Temos que pensar em tirar o estado da nossa cola, de diminuir a influência dele.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

O Espírito sabe

O Espírito sempre sabe. Eu acredito que dentro da gente existe algo que sabe da nossa verdade, do que realmente importa para a nossa caminhada. Muita gente fala que é preciso ouvir o coração, a intuição, mas pouca gente realmente entende o que isso significa. Comigo foi preciso uma pandemia pra me fazer compreender que quando nos sentimos mal com alguma coisa é porque aquela situação realmente não é boa para a nossa trajetória e daqui para frente só tomarei alguma decisão se meu Espírito concordar.

Como percebemos que nosso Espírito está contra? Simplesmente pelo mal estar inexplicável, aquela sensação de angústia que não sabemos de onde vem, pois o que nossos olhos captam não bate com o sentimento. Porém, o Espírito sabe da verdade. De qualquer modo, eu entendi que mesmo que a experiência seja ruim, ela pode nos trazer coisas boas. No entanto, seria melhor não ter passado por ela.


Juntei-me a uma pessoa que meu Espírito nunca concordou. Eu via algo de errado, mas não sabia o que era. Sem querer, maltratava essa pessoa, do nada sentia coisas ruins e não sabia explicar. Ficava me perguntando: como posso tratar mal uma pessoa que só me faz bem? A pessoa faz tudo por mim e mesmo assim não consigo ser 100% com ela.


Então veio a pandemia e com ela uma reflexão que me faria entender a razão desse sentimento. A doença mundial trouxe o trabalho remoto e nele pude refletir sobre a forma como vendia o meu tempo. Senti tanta paz e tranquilidade como nunca havia sentido. Aí pude ver que todo o meu sofrimento no trabalho desde os tempos do correio era porque eu estava me sacrificando por outra pessoa. Afinal, eu trabalhava e estudava para que ela tivesse uma vida boa. Nesse momento eu compreendi que toda a raiva que eu sentia era por não dedicar o meu tempo a mim mesmo e por receber muito pouco em troca de um tremendo esforço.


Eu pegava sol e chuva entregando cartas porque tinha medo de voltar a passar fome, de depender dos outros. Eu queria ser independente, eu queria comer o que eu quisesse na hora que eu quisesse. Eu queria poder jogar vídeogame sem ter que ouvir ninguém reclamando da conta de energia. Porém, o preço não era baixo, pois teria que vender o meu tempo por uma quantia que não estava à altura. Assim, depois do rala, eu sentia uma raiva que não conseguia entender, já que ninguém estava me maltratando. Com isso eu acabava dando patadas em quem não tinha nada a ver (pelo menos, conscientemente).


Só que o fim de semana era muito curto. Afinal, eram cinco dias de trabalho pesado. Mesmo que eu não soubesse traduzir em palavras o que eu sentia, algo dentro de mim sempre soube que isso não valia a pena. Mas não tinha outra alternativa. Era aceitar isso ou voltar a mendigar. Era o abismo ou o precipício. Mas pelo menos eu tinha dois dias com o que eu mais gostava. 


O problema é que a gente pensa que a experiência vivida é apagada assim que passamos por ela. Eu ainda não posso provar (27/02/2022), mas eu acredito que exista em algum lugar uma espécie de HD que armazena toda a nossa vida. Nesse mesmo lugar existe um processador que analisa tudo e que nos envia respostas sobre o que vemos na vida. De modo que a raiva ou alegria que sentimos diante de algo sempre tem um motivo e esse motivo está armazenado nesse HD.